Páginas

sábado, 23 de novembro de 2013

Imagine Harry Styles

 

              #Flashback on# 
         
    -Chega Harry Chega! -Gritei na esperança que ele parasse de falar todas aquelas mentiras, tudo aquilo parecia tão falso...
    -(S/n) pelo amor de deus, me deixa explicar...Você chegou em um mal momento.
    -Ah claro, pra você eu ter chegado quando você estava se agarrando com aquela loira é um mal momento,  pra mim foi ótimo, agora eu sei quem é você. Eu sei com quem eu me casei!
    -Amor, eu... Eu posso explicar tudo, não é isso que você está pensando.
    -Eu vi Harry, eu vi, não foram fotos, não são boatos, eu vi com meus próprios olhos, não há como negar!
    -Eu sei o que você viu, mas você interpretou tudo isso de maneira completamente errada amor...
    -Não me chama de amor Harry, acabou, eu disse para você quando a gente se conheceu, que eu jamais suportaria uma traição. -Nesse momento as lagrimas já corriam livremente em meu rosto, eu tentava enchugar mas minha tristeza ultrapassava minha vontade.
    Ouvi um barulho na porta e do outro lado ouvi uma voz gritar:
    -Mamãe! Mamãe! Abre a porta, o que tá acontecendo ai? -Era meu filho, ele não merecia estar ouvindo isso...
    Corri e abri a porta, peguei-o no colo e desci as imensas escadas que ligavam o andar dos quartos até a sala, o coloquei sentado em um sofá tentando o acalmar.
    O Harry não teve a coragem de descer até onde estavamos, o que foi melhor, se eu ouvisse sua voz mais uma vez era capaz de que eu armasse um barraco na frente do pequeno Lucas.
    -Mamãe, você e o papai vão se separar? -Lucas que tinha apenas 5 anos perguntava curioso, eu não sabia o que responder, apenas disse o que veio a minha mente.
    -Calma, filho, vai dar tudo certo, só não fica nervoso tá?
    -Tá mamãe. -Respondeu me encarando. -Pra quem você tá ligando?
Perguntou quando me viu pegando meu celular.
   -Para a sua avó...
   -Ata mamãe...
   Assim que fiz a ligação e pedi que minha mãe me buscasse, arrumei as coisas do Lucas e sai daquela casa com meu filho sem nem me despedir do Harry, a ultima vez que o vi ele estava no quarto com as mãos cobrindo o rosto e ele meio que soluçando.

              #Fashback off# 

     Agora eu me encontro deitada na cama de minha mãe, chorando igual a uma louca, havia passado uma semana, o Harry ligou varias vezes, em todas fiz com que Lucas atendesse.
    Tudo por que, há uma semana, eu fui fazer uma visita ao Harry depois de um mês sem o ver, por conta dos shows, era o aniversario dele, ele estava completando seus 26 anos.
    Mas infelizmente tive a pior noite de minha vida, ao chegar, encontrei meu marido atracado com uma loira, eu só tive coragem para gritar o nome dele e sair correndo sendo seguida por ele que tentava se explicar.
    E depois da briga vim morar com a minha mãe.
     Eu não neguei quando Lucas pediu para ver o pai, apenas pedi que minha mãe acompanhasse o encontro.
     Ele tem mandado mensagens diariamente, pedindo desculpa, mais uma chance, a ultima que ele mandou foi a mais ou menos quatro minutos.
     ``(S/n), eu tenho tentado de todos os modos possiveis, você não quer me ouvir, eu te peço por favor, em nome do nosso filho que me perdoe, ou que pelo menos me ouça, você vai entender a situação se me deixar explicar, caso contrario, eu não posso mais...´´
    Essa mensagem ficou em minha mente, eu não conseguia compreende-la de maneira clara.
    Logo meu filho chegou com a minha mãe, ele estava voltando de um encontro com o Harry.
    -Filho vem aqui... -Gritei do quarto mesmo e logo ele apareceu.
    -O que foi mamãe?
    -Seu pai te disse alguma coisa hoje?
    -Ele tava estranho mamãe... Ele ficou dizendo que me amava, que te amava, que queria nossa família de volta, ele não parava de dizer essas coisas repetidamente, ele disse que queria que esse dia fosse inesquecivel... -Em um segundo, eu entendi.
    Meu coração bateu forte, peguei o celular e liguei para os amigos do Harry, nenhum deles atendeu, exceto Zayn, mas ele não ajudou muito, apenas disse que o Harry havia faltado ao show.
    Liguei varias vezes para o Harry e ele não atendeu, sai apenas dizendo para a minha mãe cuidar do Lucas.
    Peguei o carro da minha mãe e parei em frente a casa onde até semana passada eu morava com o Harry e meu filho.
    Entrei, a porta estava apenas encostada... A casa se encontrava deploravel, um furacão havia passado por ali, no chão cacos de vidro de um vaso estavam jogados perto da parede.
    Garrafas de bebidas fortes a base de alcool estavam espalhadas aos montes pelo chão, e na estante quatro vidros de calmantes vazios e mais um pela metade.
    Em baixo do abajur uma carta.
     ``Sei que talvez os primeiros a lerem serão meus amigos, mas essa carta é especificamente para a (S/n), e desejo que a mesma seja entregada em suas mãos.
     (S/n) porque você não me deixou simplesmente explicar? Seria tão mais facil se você me ouvisse para entender, que eu não te trai, apenas foi a menina que me agarrou, eu não havia conseguido assimilar tudo o que estava acontecendo por isso não me separei dela, só raciocinei direito no momento em que ouvi sua voz, porém você não me deixou explicar, opitou pelo lado mais dificil...
     Eu já me despedi de nosso filho, só diga a ele que eu o amo, e eu também te amo (S/n), e sempre te amarei aonde quer que eu esteja.
     Adeus.
     -Harry.´´

     Ele não fez isso...
    Corri até o segundo andar, entrei em todos os quartos e banheiros e não o encontrei, desci novamente e fiz uma ronda pela casa, quando cheguei na cozinha vi a porta dos fundos aberta, sai por ela desesperada, e de longe havistei algo dentro da piscina. Me aproximei e constatei o inevitavél.
    Harry cometeu suicidio, aqueles remédios fizeram com que ele desmaiasse e se afogasse, caso contrario ele não conseguiria de afogar.
    Pulei na agua, pela primeira vez sem me preoculpar com nada...Tirei o corpo da agua, fiz todas as tentativas possiveis de tentar faze-lo voltar a vida, eu já estava desistindo, as lagrimas corriam por meu rosto, meu mundo estava acabando, eu estava perdendo o meu amor....
    Peguei sua mão e tentei sentir seu pulso, eu não conseguia sentir nada, absolutamente gelado, mas nada de pulsações. Senti uma leve alteração no pulso dele, meu coração bateu mais forte, continuei sentindo, e aos poucos bem levemente o local pulsava quase que imperseptivel.
     Liguei para o corpo médico da cidade, e logo ambulancias chegavam com macas e acessorios.
     Levaram o Harry... Eu não sabia se ele sairia vivo, mas eu morreria com ele.
   
      ~Dias depois~

    O Harry permanecia internado em coma não induzido, a dias eu não trabalhava, só passava o dia com ele, meu filho passava ali antes de ir para a escola e depois voltava a tarde, mas não ficava muito. Eu não sabia se o Harry voltaria a viver, mas eu não conseguia esclarecer isso ao meu filho, eu sempre dizia "O Papai está dormindo, mas ele vai acordar daqui a alguns dias..."
   
    Agora eu estou na lanchonete do hospital, mas mesmo que eu tentasse, eu não conseguia comer...
   Voltei para o quarto e me sentei novamente ao lado da cama onde se encontrava o Harry.
   Seguei a mão dele, e senti uma necessidade enorme de chorar. E como algo incontrolavel as lagrimas rolaram livremente.
    Senti minha mão sendo apertada, abri os olhos e vi a mão de Harry fechada sobre a minha...
    ''Alucinações, alucinações" os medicos me alertaram sobre elas, por eu não dormir nem me alimentar direito, eu poderia ver ou ouvir coisas que não existissem.
     -(S/n)... -Uma voz fraca chamou, não era minha mente, estava acontecendo, encarei o rosto de Harry, e seus olhos estavam levemente abertos e um sorriso brotava em seus labios. -Você está mesmo aqui (S/n)? -Num fio de voz Harry se esforçou para perguntar.
     -Harry, fique quieto, por favor...Você está muito debilitado.
     -(S/n)... Me desculpa...
     -Shii...Quieto meu amor, eu entendi tudo, não peça desculpas, só se recupere...Por mim.
     -Eu te amo (S/n)...
     -Eu também te amo Harry, agora eu vou chamar um médico, eu volto já...
     Chamei uma enfermeira e ela logo avisou varios médicos. Fui retirada do quarto.

     -Horas depois-

    -Senhora Styles? -A enfermeira me chamou e eu me aproximei.
    -Onde está o Harry?
    -Ele está bem, será liberado em alguns dias... Ele não pode receber visitas agora, está dormindo.
    -Mas quando ele será liberado?
    -Se tudo correr bem... Depois de amanhã, vá para casa senhora, descance, volte amanhã se desejar, ele não vai acordar tão cedo, os médicos deram remédios para ele porque ele estava agitado.
    -Ok obrigado.

    Voltei para casa, e pela primeira vez dormi uma noite tranquila.
     Cheguei logo cedo no hospital com Lucas, e encontrei Harry já disposto e acordado, ele já estava até de pé, arrumando sua coisas.
     -Papai! -Lucas chegou gritando indo abraçar o pai.
     -Filho, que saudades de você! -Harry o levantou.
     -Harry! Você acabou de sair de um coma, não pode fazer tanta força.
     -(S/n)...estou melhor do que nunca... -Ele veio em minha direção e me deu um selinho demorado.
     -Quem disse que eu te perdoei?
     -As enfermeiras...
     -O que elas disseram?
     -Que você ficou chorando do meu lado enquanto eu estava em coma.
     -Enfermeiras fofoqueiras... -Ri e o beijei novamente.
     -Eca! -Lucas exclamou enquanto eu e Harry nos beijavamos.
     -(S/n), você sabia que eu estou de alta já?
     -Sério Harry? -Sorri e ele concordou com a cabeça.  -Ótimo, eu vou voltar para casa com você, mas...Você vai dormir no sofá!
     -Porque?
     -Por ter me feito chorar durante todos esses dias....

     ~~~~
     Horas depois já estavamos em casa.
     -Eu vou ter mesmo que dormir no sofá?
     -Não... Eu não vou dormir longe de você, vai que te dá a louca e você pula na piscina novamente...
     -Eu te amo (S/n)...
     -Eu te amo Harry...
     -E eu amo vocês dois, mais dá pra alguém colocar o desenho pra mim assistir? -Lucas gritou da sala.
     Rimos e fomos o ajudar.
   
     A partir dai fiz uma anotação pessoal: ''Nunca mais eu saio de casa sem esconder muito bem os remédios e levar a chave de acesso a piscina.''

                             ~Fim~

Ass: Jessih Mirliane

*-* Divulgação *-*

    *-* Imagines One Direction *-*

  O blog é de uma prima de uma amiga minha, no entanto eu li o conteúdo e achei muito bom, então combinei com ela uma troca de divulgações.
   Então se puderem ajudar deem uma olhadinha lá... Aposto que vocês vão gostar!
                                    (http://imagine-com-one-direction01.webnode.com/)
    Essa é a aparência do blog:
 O blog é super interessante, tem conteúdos atualizados sobre os meninos da 1D, e uma Fanfiction que a autora do blog ainda está escrevendo.
____________________________________________________________________
Informações sobre o conteúdo:
____________________________________________________________________
Autora: Maisa Souza.

Fanfictions: Eu não sei o nome da fic, acho que seja "We are directioners forever"  até agora o blog só possui uma fanfic que é essa, e ainda está inacabada.

O blog tem uma parte dedicada a biografia dos meninos. E fugindo um pouquinho do fandom lá também tem algumas fotos dos Emblem 3.


Bom é isso...Espero que entrem e gostem do blog!

Novamente o link do blog>>>> (http://imagine-com-one-direction01.webnode.com/)

Story of My Life #Capitulo 40 "O ultimo Adeus" *Fim*

 

                #Pov (S/n)#

      -Ele parece com o papai... – disse Madu sorrindo, e se envergando mais na posição do bebê no meu colo.
     -Vai se machucar, filha... – murmurei pra ela, e ela negou, ainda olhando pro bebê. Olhei em volta, e vi o que estava acontecendo ali.
Eu, com o bebê que rebatizamos de “Erick", no colo, enrolado numa mantinha azul. Ele era super pequenininho apesar de ter nascido de nove meses e uns tantos. Madu encima da maca, bem ao meu lado de joelhos na minha direção usando Maria Chiquinha no cabelo loiro cumpridinho e um vestido rosa de babados. Thomas no colo de Zayn meio ciumento, usando uma camisa azul e um jeans. Os cabelos lisos jogados para trás e os olhos meios tristes olhando pro bebê. Zayn os vestira e fizera até que um bom trabalho.
     Zayn feito um idiota olhando pra nós. Éramos a personificação da felicidade! Madu toda contentinha... Todos contentes apesar do ciúme de Thomas. Tudo bem... Exceto por algo...
Tabatta se manteve quieta o tempo todo, ficou sentada no sofá da sala olhando só pra TV depois de dar uma espiadinha no novo irmãozinho. Apenas deu um sorriso, e foi se sentar.
     -Vai cair encima do bebê... – Madu deu um grito quando Zayn a puxou com o outro braço e segurou os gêmeos no colo. Desandou a rir.
    -É que ele é muito fofo... – falou docemente – né Tom?
    -É... Boitinho – suspirou – ele não vai fica no meu berço, né pai?
    -Não, não... –Zayn riu – vai ter o dele, garotão.
    -Deve ter feito muuuuuuuuito dodói, né mamãe? Como ele xaiu? – a pergunta dela deixou Zayn meio afoito.
    -Acho que isso não é problema de uma menina de três anos – ela o olhou, e colocou a mão no rosto dele – Ok, hora de gêmeos e Tabatta irem pra casa! – ele piscou pra mim.
    -NÃO, NÃO! -Os gêmeos responderam juntos em tom de tristeza.
   -Quero fica com a mamãe! –Madu resmungou.
    -Não temos que ir e... – de repente, opinião diferente - Ok... – foi impressão minha ou os olhos dele se desviram para Tabatta? – vou comprar alguma coisa lá embaixo, e você vai ficar cuidando da mamãe e do Erick, Ok? – os gêmeos assentiram, e Zayn os largou ao meu lado. Thomas agarrou parte do meu braço, e Madu ficou fazendo careta pro bebê.
    -O que você vai comprar? – perguntei, desconfiada.
    -Umas coisas... – e se aproximou pra me beijar, depois, deu um pequeno beijinho na testa de Erick, e um tapa leve na cabeça de cada um dos gêmeos. Eles riram – Tabatta vamos com o papai?
     Ela ficou de pé, e os dois saíram.
      Fiquei entretendo as crianças, enquanto elas brincavam com o novo irmão.

                 #Pov Zayn#

     -O que é que está acontecendo? – Talvez fosse o momento de ter uma conversa pai e filha com Tabatta. Ela não estava mesmo bem...
    -O que está acontecendo? – ela me olhou do outro lado da mesa da cafeteria, com as mãos agarradas a um copo e o corpo todo rígido – está acontecendo que acho que aqui não é mais meu lugar...
    -Como? – questionei – Tabatta, por favor... Você não vai ouvir o que a Kelly disse, não passam de mentiras e...
    -Não é por isso! – resmungou – acho que você e a (S/n) devem me mandar de volta pra Europa.
    Fiquei quieto por uns segundos. Talvez eu tivesse entendido errado... Talvez ela devesse estar querendo ficar longe, e não pensando que queremos ficar longe dela.
    -Por quê?
   -Por quê? – sorriu de canto, irônica – pai, você e a (S/n) são jovens... Não sei se já parou pra contar, mais têm três filhos de vocês e dois adotados. No total de cinco. – ela riu.
   -Conta correta, cálculo errado. – interrompi – três meu de da Bella, uma minha, e um adotado. – Tabatta mexeu no cabelo, e riu – Eu não quero te mandar pra Europa, mais se você quiser ir...
   -Pai, vocês não vão dar conta! – suspirou – Maria Eduarda e Thomas são piradinhos. Completamente malucos e bagunceiros... Eu, você e a Bella não damos conta juntos... – e riu novamente – O Miguel... Bom, ele parece ser comportado, mais sabe como é criança, né? E além disso... Ele e adotado! Vai precisar de cuidados e carinho. – ela se travou – e agora... Com o Erick... Bom, a (S/n) vai precisar ficar atrás dele vinte e quatro horas por dia.
    -Está querendo dizer que não vamos ter tempo de cuidar de você?
    -Não, papai, quero dizer que já estou criada. – respondeu meio envergonhada – eu posso ir, e evitar uma preocupação pra vocês. Eu estou aqui desde o começo da história de vocês e bem... Acho que eu posso evitar isso. Mais preocupação – abaixou o olhar. – concorda?
    -Mas é claro que não! – explodi em nervoso – Tabatta, você é minha filha, e fica onde eu fico. – falei meio severo – (S/n) e eu fizemos tudo conscientes de nossos atos. Já contamos, sabemos que cinco é um numero alto, mas é isso que vamos fazer! Nos programamos para cinco filhos, não quatro. Contamos com Tabatta, Maria, Tom, Miguel e Erick. Você veio primeiro, foi a nossa primeira filha... A história não iria ser a mesma sem você... Como você falou, você esteve sempre aqui... – peguei a mão dela entre as minhas. – eu e a (S/n) amamos você. Assim como os seus irmãos também te amam. Você é minha filha, esqueceu?
Tabatta sorriu de canto, e ficou de pé dando a volta e sentando-se no meu colo, me abraçando pelo pescoço.
     -Eu te amo muito, papai... Obrigado.
    -Obrigado pelo quê? – eu ri, lhe beijando o rosto.
     -Por seu o meu pai, horas... – deu de ombros.
Talvez aquela fosse à hora... A hora de dizer sobre o que eu tinha descoberto.
    -Tabatta... – suspirei – já que estamos juntos e sozinhos... Queria te dizer uma coisa sobre... Aquela que foi sua mãe biológica. – olhei nos olhos dela, e ela me questionava.

    -O que é? – perguntou curiosa. – ela fugiu da cadeia?
    -Não amor... – busquei pensar em algo bonito pra dizer, mais... Foi na lata – a Kelly se... Suicidou ontem de noite no presídio.
    -O que? – ficou de pé, com as mãos na boca – sério? – assenti – Ai meu Deus... E... Como você ficou sabendo? Como foi, pai?
    -Encontraram-na na cela com um pedaço de vidro. Ela enfiou no próprio coração – expliquei – me ligaram faz duas horas, e bem... Eu não ia contar, mais talvez seja o momento – ela parecia tensa – você quer ir ao enterro?
    -Não sei... – ainda tensa – você me leva?
    -Sim. Vou levar você, o Miguel e a (S/n).
    -A (S/n)? – perguntou surpresa.
    -Sim... Ela vai poder sair hoje de cadeiras de roda. Explicamos a situação aos médicos. Os gêmeos vão ficar na vovó, e o Erick aqui o hospital por um tempinho, até receber alta.
    -Mas porque ela quer ir? – agora ela parecia mais descontraída.
    -Ué, pra ter certeza que a Kelly está morta! – e dei de ombros. Tabatta me deu um tapa – Desculpa, desculpa...

               #Pov (S/n)#

      No caixão ela parecia inofensiva. Uma pobre mulher morta. Há... Se fosse qualquer outra pessoa que não tivesse passado por algum tipo de sofrimento e dor nas mãos dela, talvez eu me sentisse com pena.
Tabatta e Miguel estavam na beira de caixão com Zayn. Eu estava a uns passos atrás, me enjoando com o cheiro de flores, e doida pra ir embora ficar em fim, na paz.
     Nunca desejei a morte de ninguém, nem mesmo a dela. Por mim ela viveria e sofreria tudo o que me fez de mal na cadeia, até que definhasse. Mas confesso que isso me trazia uma segurança intensa, cheia de promessas pro futuro prospero e sem medo.
Nada de lagrimas ali, nem mesmo a dos filhos. Miguel veio pro meu lado e entrelaçou a mão na minha.
    -Eu nem sei quem ela é... – disse meio triste, mais indiferente – e nem quero saber. Só peço pra ir pro céu, né? – e me olhou sorrindo.
    -Ah meu amor, pra isso daí não tem salvação não... Nem se você que é um perfeito anjinho rezar muito por ela! – e ri. Ele também.
   -Ela era mesmo a minha mãe? – perguntou olhando pro caixão onde Kelly descansava em paz eternamente me deixando em paz.
   -Era... – murmurei – agora sou eu, que tal? – sorri, e ele se abraçou a mim.
    -Você é muito boa pra mim, (S/n)... – falou sorrindo – eu já adoro muitão você e o Zayn.
    -Não, você já adora muito o papai e a mamãe. – dei um beijo no seu rosto, e ele sorriu assentindo. Zayn e Tabatta vieram para o nosso lado. – podemos ir? – perguntei esperançosa – quero ficar com os meus filhos longe disso...
    -Claro... – respondeu nada abalado, talvez tão bem quanto eu – quer ver mais uma vez, Tab?
Ela negou calada, e nesse clima voltamos pro carro. Levamos Miguel de volta pro orfanato, pois ele só poderia vir conosco dali a três dias permanentemente. Cheguei a casa, e vi tudo vazio... Os gêmeos estavam na minha mãe, e Tabatta se trancafiou no quarto.
     -É impressão ou ela está mal? – perguntei quando Zayn me colocou na cama do nosso quarto, e tirou a gravata do terno preto de luto.
    -A mulher que deu a vida a ela acabou de morrer... – disse normalmente, pendurando o terno no cabide do closet – ela deveria estar bem, mesmo que aquela mulher fosse uma víbora?
     -Desculpa...Eu perguntei sem pensar – dei de ombro, e estiquei a mão pra ele, chamando-o. Ele veio na minha direção com a camisa desabotoada no peito, e um sorriso bonito e tranquilo. Me abraçou sentado na beira da cama, e beijou minha testa docemente – agora tudo está bem, certo?
    Toquei o rosto dele em busca de algo que pudesse provar que aquilo era tão bom.
    -Esta tudo ótimo! – sorriu, me beijando – acho que agora finalmente, voltamos à linha reta do nosso casamento.
    -Depois de tantas coisas... – revirei os olhos - você se arrepende de algo?
    -Jamais! -Ele sorriu me beijando ternamente...
    Finalmente... Meu mundo perfeito agora está completamente perfeito.

    Acho que depois de tudo, as brigas no começo, minhas magoas, minhas dores e machucados incuraveis, minha primeira filha, que, mesmo não sendo minha, foi capaz de ajudar a curar minhas fraquezas, a minha Tabatta, para sempre minha filha.
    Meus gemêos, a luta pela felicidade, a verdadeira e plena paz que por anos foi tirada da minha família por alguém quase que sem coração, meu novo futuro filho Miguel, e meu filho Erick, que quase foi prejudicado quando eu tentei de todas as formas salvar a Madu.
    E agora...Tudo acabou... Finalmente a paz reina em minha casa, com todos juntos, menos o Miguel, mas logo logo ele estara conosco.
    -(S/n)? -Zayn me chamou vendo que eu estava em outro mundo... O olhei e ele estava sorrindo. -E você? Se arrepende de algo?
    -Não... Sabe por que? -Ele sorriu negando com a cabeça. -Porque em tudo o que aconteceu, você estava aqui para me apoiar... E se algo futuramente vier acontecer, eu tenho a certeza de que você vai estar comigo, e ao lado de você e de nossos cinco filhos, eu sempre terei forças para viver feliz...
    -Eu te amo (S/n)... -Disse e me selou.
    -Eu também te amo Zayn...
 
               _____________________Fim________________________     

Story of My Life #Capitulo 41 "Mais uma Vez"


 

         #Pov (S/n)#

Quatro horas da manhã. 

Era o que dizia o relógio. Levantei-me da cama, tomei um bom banho... Chequei se as minhas unhas estavam devidamente feitas, meu cabelo arrumado, a depilação em dia!
     Aparentemente, estava tudo certo. Sai do banheiro vestindo um moletom roxo claro, com o cabelo preso para trás e sem maquiagem. Fui em direção a cama pra acordar Zayn, mais quando cheguei perto, ele já estava na cama sentado.
    -Zayn? – chamei na escuridão, então ele ligou a luz fraca do abajur – você está bem?
   -Não. – respondeu monótono. Eu fiz carinha de choro, e ele pulou da cama. – quer dizer, sim... Estou ótimo! Já está pronta? – ele correu pro banheiro – o nosso filho vai nascer hoje. Temos que estar felizes!
Eu sorri de lado, e abri o closet pegando uma roupa bem bonita para ele vestir.
     Joguei sobre a cama uma calça jeans preta e uma blusa verde escuro, bem na cor dos olhos dele. Eu sabia que Zayn não iria por terno e gravata pra ir à maternidade.
     Ouvi o barulho do chuveiro, e enquanto ele tomava banho, verifiquei a minha mala e a do bebê. Estava tudo certo, por mais que eu quisesse encontrar uma imperfeição.
       Caminhei até a janela fechada, e vi que estava meio quente lá fora... O sol ainda não era visto, mas algumas luzes estranhas saltavam de trás do horizonte. Era um lindo dia pra ser por um bebê no mundo!
Fiquei muito tempo ali... E quando vi, Zayn estava me dando um beijo no pescoço com o corpo molhado.
    -Nossa tá quente aqui, né? – gargalhou, deslizando a mão pelos meus braços.
    -Pena que eu não posso te resfriar... E pena também termos que ir pro hospital daqui a quinze minutos! – falei alto a ultima parte. Ele sorriu, e foi em direção as roupas.
Rapidamente Zayn estava trocado, cheiroso e perfeito. Não passamos no quarto de Tabatta, pois essa noite Madu ficou com medo e foi dormir com ela. Se Madu acordasse, iria acordar o Tom e ia virar farra!
     Não queríamos incomodar os gêmeos num momento tão critico como o sono.
    Eu ia à frente, enquanto Zayn carregava as malas. Acomodamos-nos no carro, e dei Adeus a minha casa por pelo menos três dias!
Meu corpo era pura tremedeira... O bebê se revirava. Era a coisa mais natural do mundo... Ter um filho. Eu não precisava me preocupar! Com os gêmeos foi fácil...
    -Para de tremer... – falou meio sério – daqui a pouco o carro tomba comigo e com você tremendo juntos aqui... – eu ri no final, e ele também – não esquenta... Não se esquece que você tem vinte anos e está indo pro quinto filho, tecnicamente.
    -Só precisei parir uma vez... Tecnicamente. Os outros já vieram prontos! – dei de ombros, e ele riu segurando a minha mão enquanto não precisava trocar a marcha.
    Ao chegarmos à maternidade, o sol já aparecia no céu. Zayn respirou fundo, e eu falei com a enfermeira. Ela nos guiou ao quarto.
Era amplo, e tinha apenas uma maca. Aberto, arejado... Muito diferente da primeira vez.
    -Partos induzidos podem ser diferentes. – explicou – quando acontece no natural, é bem mais rápido e pratico! O induzido acarreta horas. Você só vai estar com o bebê a pelo menos doze horas! –Zayn suspirou, e se jogou numa poltrona enquanto ela nos explicava. – o papai está ansioso? Devem ser pais de primeira viajem... – sorriu pra mim.
    A moça me estendeu um tipo de avental branco com bolinhas azuis que apenas amarrava nas costas.
    -Esse é o nosso quinto filho. – falei indo pro banheiro me trocar.
    -É verdade? Quantos anos vocês tem? – a voz dela era pasma.
    -Eu tenho vinte e três e ela vinte. – falou rindo. – Temos duas meninas e três meninos. Ok, nem todos são nossos. Uma é do meu primeiro... Hã... Relacionamento. Os outros são nossos e gêmeos, esse novo bebê e o que acabamos de adotar.
    -Caramba! – eu ouvia tudo do banheiro enquanto tirava a roupa – bom, vou chamar o doutor. Ajude-a se precisar de algo... Não demoro!
A porta mal bateu, e Zayn já estava ao meu lado me ajudando a tirar a blusa. Ele a puxou por cima da minha cabeça.
Eu era engraçada grávida! O meu corpo ficava o mesmo... Magrelo... Apenas a barriga pulava pra frente de um jeito super... Grávida!
    -Nervosa? – ele parecia apreensivo – doze horas... Caramba, eu vou sofrer muito.
    De inicio pensei que ele estava zoando.
    -Eu já disse que não tem motivos pra isso. Eu nasci pra ter bebês, esqueceu? – quando terminei de tirar a roupa, ele amarrou o avental, vestido sei lá... Nas minhas costas. – preciso mesmo tirar a calcinha? – suspirei. Era horrível me abaixar pra puxar o elástico.
    -A não se quiser que o bebê nasça de toca, precisa! – ele enganchou o dedo na minha calcinha e puxou pelas minhas pernas. Já havia feito muito isso, mais nessa situação não era nem um pouco erótico, e muito menos sensual. E há... Eu não estava nenhum pouco excitada... Assim como ele.
   -Droga... – murmurei. Enfiei a cabeça no peito dele, suspirando... Depois de uns minutos abraçados, me ergui – Ok estou pronta!
    Sai do banheiro sem dar chance a ele, e voltei pro quarto parando ao lado da cama que era um tanto alta. Ele me viu sem conseguir subir, e me pegou pela cintura me pondo sentada. Eu agradeci com um beijo.
O médico entrou.
   -A senhora de novo, senhora Malik! – ele riu, cumprimentando Zayn– e ai, cara, não faz nem três anos! – e riu, vindo na minha direção. – como está?
    -Nervosa! – ele massageava a minha barriga estranhamente. – e ai? Como vai ser?
   -Nada de contração? – neguei – nadinha? – neguei de novo, sorrindo. – Ok... Enfermeira, fure a veia dela e injete o soro. Daqui a duas horas me chame pra colocar o dilatador. Têm duas horas de felicidade, senhora Malik... Antes do show.
   Furaram minha veia sem eu ao menos olhar. Zayn ficava me distraindo, me fazendo rir... Eu nem notava as coisas que a enfermeira fazia comigo, ou pelo menos não fazia força para isso. A presença dele me desnorteava então a minha atenção era toda centralizada nele.
     Quando a moça saiu do quarto deixando um tubo ligando meu braço ao soro, Zayn se acomodou ao meu lado na maca me abraçando de lado.
     Os minutos se passavam enquanto ele rodava as mãos sobre o meu ventre... Falando com o bebê e me dizendo pra ficar calma. Duas horas voaram. Estava tudo muito fácil.
     A enfermeira voltou com o médico, e aplicou o dilatador. Disse-me pra se acalmar... E praticar as respirações quando começasse a doer.
Aos quinze minutos... Algo começou a acontecer.
     -E tá doendo muito? – a voz dele era alarmada, me olhando como se eu fosse quebrar.
     -é uma pressão lá embaixo. – pressionei o quadril para me sentar, e a dor se intensificou. – Ai... – suspirei – tá começando a arder.
    Uma hora e meia depois eu estava em estado de choque pelo horror da dor. Zayn não fez mais piada, não riu mais de nada. Estava ao meu lado, me deixando prensar sua mão na minha conforme a intensidade da dor. Apreensivo, cheio de medo.
    -Nos partos comuns a dor é a mesma, senhora... É que como se demora pra identificar o trabalho de parto, a chegada no hospital... Internação... Acarreta muito tempo, e então vocês nem percebem tanto. Agora aqui não... É tudo. Não passa nada! – ela injetava algo mais no meu soro.
    -E a anestesia? – eu quase gritei com ele de tão nervosa. Será que ele podia parar de se preocupar comigo por um momento?
    -Precisamos de pelo menos três centímetros de dilatação. – falou seriamente enquanto eu revirava os olhos pela dor.
    -E com quanto ela está? – perguntou curiosamente.
    -Vou checar agora mesmo... – ela abriu as minhas pernas e enfiou a mão por debaixo do meu avental. Eu senti algo em meio à dor... Mas não pude identificar. Meu corpo parecia meio adormecido pelo calor das contrações. – dois e meio. – sorriu, como se fosse bom – está indo super bem, querida... Mais uns minutos e o doutor já vêm aplicar.
     A moça saiu, e Zayn me olhou enquanto em meio a uma contração, eu fincava as unhas na carne da mão dele.
Sem reclamar um segundo, ele se inclinou pra ficar mais perto. Eu o empurrei com a mão fortemente!
    -Não é uma boa idéia... Agora! – gritei a ultima palavra, e suspirei. Ele assentiu, e concordou, ficando na mesma posição mais longe de mim. – Jesus, que castigo! – suspirei.
Horas e horas... O tão sonhado “três” de dilatação não chegava nunca!       Seis horas depois o médico entrou e me deu à boa noticia. Ele já podia estourar a minha bolsa.
Ok, se não fosse pelo fato dele estar enfiando um treco dentro de mim e Zayn estar olhando, eu poderia ficar menos calma. Senti pressão, e a sensação mais horrível da minha vida. Logo minha roupa, assim como o lençol, estava encharcada... E ai o show começou!
      Passei pelo trauma de tomar anestesia nas costas novamente.
Talvez aquilo tivesse sido o pior de tudo.
 Mais duas horas... À hora de fazer força. Já eram quatro da tarde quando consegui começar a empurrar. Zayn entrou em pânico enquanto eu berrava.
     Era mesmo emocionante! Eu ali, cheia de sangue, suada, de pernas arreganhadas pra um bando de gente, expelindo uma criança pela... Ok era horrível! Tá tem toda essa coisa de nova vida, e tal... Concordo, emociona! Mas como alguém podia chorar com uma coisa deplorável dessa?
“quero que acabe rápido, quero que acabe agora!”
    Foi meu ultimo pensamento antes de ouvir o choro enjoado do bebê, e ver as lágrimas de alivio e sei lá o que nos olhos de Zayn.

                #Pov Zayn#

    -Se você chorar, eu te mato! –(S/n) disse entre dentes, enquanto o médico colocava o embrulhinho azul em meu colo. – porque pra ele? – ela parecia até que muito bem – eu sofri, eu mereço ver primeiro! – riu.
    Olhei para o neném se revirando no meu colo, e o reconheci imediatamente. Branquelo tinha bastante cabelo na pequena cabecinha, e era rechonchudo e rosado. Coberto de sangue e liquido amniótico.
Deram-me o cordão pra cortar. Eu cortei, passando o bebê para que (S/n) pudesse olhar.
    -E ai garotão? – ao terminar o meu serviço, fiquei observando (S/n) oobservar.
    -Meu Deus, ele parece com você de novo! – ela pareceu estressada – virei xerocadora, só faço copia – o apertando contra o peito, ela tirou o pano que o cobria, e observou – Bom, é mesmo um menino... E bem... Ele tem dois braços, e duas pernas. Ele move as pernas, move os braços... – o bebê se chacoalhava – e grita muito também. –(S/n) deu um estalinho ao lado do ouvido dele. Ele se virou na hora em direção dos dedos dela – ele escuta.
    Nossos olhos de encontraram.
   Faltava fazer um teste... Como os olhinhos já estavam abertos, porém meio perdidos, fizemos nos acreditar que o ''problema'' era que ele era cego.
    (S/n) movimentou os dedos na frente do rostinho dele, como uma mistura de felicidade e alivio, vi uma lagrima escorrer por meu proprio rosto quando os olhinhos do bebê acompanharam os movimentos feitos por (S/n).
    Ele não era cego, mudo, muito menos surdo... Ele era nosso bebê, completamente perfeito...


    (Continua....)

Story of My Life #Capitulo 40 "Novos Laços"

 

             #Pov (S/n)#

    Dois meses depois

  Era um árduo trabalho sair de casa com três crianças e o Zayn. Enquanto ele vestia os gêmeos (ou tentava vestir), eu acalmava os ânimos de Tabatta. Depois de muita revira volta, Zayn com o olho roxo por causa de um chute acidental de Madu e Thomas cheio de arranhões por levar um imenso tombo da escada quando tentou trocar a luz, conseguimos finalmente, sair em direção a casa dos meus pais.
     -Vocês são malucos de querer mais um. –Dizia minha mãe e em seus braços ela tinha Madu, enquanto Tom corria em volta dela – esses gêmeos são o terror no mundo, e olha que justamente eles saíram de vocês.
    -Nós sabemos muito bem o que vamos fazer mãe. Acho bom você não se meter, ok?  - ela revirou os olhos.
    -Ok. – deu de ombros – Bom, desejo que encontrem o novo garoto e o tragam pra casa...
    -Vamos fazer o possível, Elizabeth. –Zayn afagou o ombro de Tabatta parada a sua frente, como se viajasse no tempo. – vamos?
Foi fácil demais deixar a minha mãe e todo seu mau humor para trás. O caminho até o orfanato fora calmo sem os gêmeos apavorando no carro... Tabatta estava impaciente, Zayn preocupado com a nova responsabilidade, porém feliz. E eu... Doida com a idéia de que a data do meu parto tinha passado há quatro dias e nada de acontecer! Era um motivo enorme pra me preocupar, já que eu sabia das condições diferentes do meu feto... Será que ele não estava vendo ou ouvindo o caminho pra fora do meu corpo? ¬¬
O lugar chegou.
   Não era como eu imaginava, digamos de passagem, era bem ajeitadinho.
     -Ah meu Deus, eu não acredito que vou reencontrá-lo! Já faz tantos anos... – Tabatta pulava no lugar com a mão atada na minha, e o braço ao lado do corpo, próximo a Zayn.
    -Será que vai te reconhecer? Ele era só um bebê... – pelo que Zayn me disse, ele fora embora com apenas um ano e pouquinho.
Caminhamos em direção a entrada, e quando lá chegamos fomos recebidos por uma mulher jovem, e meio encabulada.
    -Olá! Vocês devem ser o senhor e a senhora Malik. – esticou a mão para Zayn e eu, que a cumprimentamos – Sejam bem vindos ao orfanato de Santa Monica!
    -Obrigado. –Zayn disse educado – conseguiram localizar o garoto? – eu percebia como a mão de Tabatta tremia na minha.
   -Sim, claro... – observou uma pasta em suas mãos – se chama Miguel Davis. Tem seis anos de idade, e é filho de uma mulher que se identificou apenas como “Kelly”. Foi trazido para nós há cinco anos. – o olhar dela se ergueu – ele ainda está aqui. Nunca saiu, apesar de ser um bonito garoto... Loirinho de olhos verdes... O estilo que agrada a todos. Vão gostar dele! – e sorriu.
      -Claro que vamos... E não estamos aqui porque ele é lorinho de olhos verdes... – apesar de aquilo ser bom, já que cabelo loiro e olhos verdes era meio que o padrão e marca registrada da nossa família – estamos aqui porque ele é o irmão biológico da nossa filhota aqui, e queremos ele pra nossa família também!
      -Verdade? – ela nos guiava por um corredor imenso – que interessante história! Tenho que dizer que nunca em todos esses anos que trabalho aqui, e olha que estou aqui desde criança... Eu nunca vi uma mulher grávida, com um marido e uma linda filha vir adotar um órfão. É novidade!
Ficamos todos quietos quando ela finalmente chegou a algum lugar com nós. Olhei para Zayn quando vi um jardim enorme cheio de crianças brincando, igualmente vestidos com um uniforme azul escuro e listrados com branco.
      As meninas de saias prensadas e os meninos de calça social. Kelly tinha deixado o menino em um bom lugar, apensar de tudo. Não eram molambentos nem sujos... Dava pena, é claro! Sem carinho, sem o devido amor... Mas eram bem cuidados.
      -Uau! –Zayn fez uma ronda com o olhar, enquanto Tabatta se esticava – quantos!
      -É... Mas o de vocês está ali... – segui o dedo da mulher, e vi ao longe um garoto de cabelos loiros e cortados em forma de tigela. Caia em seu rosto enquanto ele brincava com os outros amiguinhos. – Miguel... Ei Miguelito! - chamou duas vezes, e o garoto olhou em direção a ela. Rapidamente seu olhar voou para mim e Zayn. Com a expressão fechada, ele veio em nossa direção – Há, ai vem ele!
    Era como observar um anjinho andar. Ele corria e os cabelos iam de um lado pro outro, mais lisos que os de Tabatta, porém eram bem loiros, não negros como os de Zayn e os dela. Os olhos eram inocentes, porém havia algo a mais... Talvez, solidão. Verdes e bem claros. Era pequeno e elegante no uniforme.
    -Sim senhorita Vivian. – sua voz era baixa, ele apenas olhava para ela.
    -Miguel, estes são Zayn e (S/n) Malik. – seu olhar se desviou para nós – E essa é a filha deles, Tabatta. Estão aqui para te conhecer... Interessam-se em adotá-lo!
     -Oi. – o garoto falou baixo, meio que escorado de vergonha na saia da senhorita Vivian.
    -Oi garotinho... – Own, ele era a coisinha mais linda e eu estava comovida! Eu quase chorava olhando para aquela figurinha inocente e envergonhada. Tabatta e ele não podiam ser filhos de Kelly... Eram perfeitos demais pra isso!
    Tabatta parecia ter perdido a voz. Estava meio calada olhando para o garoto...
    -Olá... – no rosto dele Zayn também tinha um sorriso besta, como no meu - fala Oi pro Miguel, Tabatta... –Zayn a incentivou, dando um empurrão leve para ela reagir.
    -O-oi. – a voz saiu embaçada.
    -Bom, eu acho melhor que vocês conversem um pouco... Vou levar vocês a um lugar onde possam ficar mais a vontade! –Viviam ia segurando as mãos do garoto na frente, e nós três atrás.
Eu esperava que tudo desse certo!

                   #Pov Zayn#

   Eu esperava que tudo desse certo!
Era uma sala grande e aconchegante. A senhorita Vivian acomodou o menino num sofá em frente a nós, e ficou ao seu lado. As bochechas dele estavam muito avermelhadas!
   Assim que (S/n) se sentou, fez uma cara estranha.
    -Preciso ir ao banheiro! – disse com a mão na barriga – Como eu odeio isso na gravidez...
    -Ah, bexiga cheia é a coisa mais normal do mundo quando se está assim, senhora. – a mulher ficou de pé. – Eu te mostro aonde é. Com licença, senhor. Voltamos em um instante.
(S/n) piscou para mim dizendo que estava tudo bem, e foi.
    -Acho que eu vou com a mamãe... – e saiu correndo, me deixando sozinho com o garoto. Nos olhamos.
    -E então... – comecei - como vai?
    -Eu tenho uma pergunta pro senhor... – ele chacoalha as pernas que não chegavam ao chão perto do sofá, e coçou o rosto antes de eu acenar positivamente – vai sair mesmo um bebê de dentro da barriga daquela moça? – ele sussurrou a ultima frase.
   Eu ri comigo mesmo, e ergui o olhar para ele.
    -Vai, vai sim. – seus olhos se abriram muito.
   -E como é que ele entrou lá? – novamente ele se voltou para mim, sério.
    -Eu o coloquei lá dentro. – me parecia à forma mais correta de responder.
    -Você? – perguntou meio surpreso – Há... – fiquei feliz por ele ter “entendido”. – mais se vocês vão ter um bebê juntos, porque querem me levar pra casa?
    -Porque queremos ter um filho como você... – pensei muito na resposta certa, e essa era a mais cabível. Um dia, quem sabe, eu poderia falar pra ele a verdade. Mas não era o certo a fez agora, quando era apenas uma criança. – é um bom garoto, educado.
    Eu não podia dizer que minhas palavras eram mentira.
    -Sabe que eu sempre quis ter um pai e uma mãe. Muitos já quiseram me adotar, mas nunca fui com a cara de nenhum. – ele fez uma cara feia.
    -E porque não? Se você queria tanto um pai e uma mãe...
   -Porque eles só estavam aqui por causa do meu cabelo, dos meus olhos, e da cor da minha pele. – deu de ombros – eu quero um pai e uma mãe que goste de mim porque eu sou bonzinho, não porque eu sou fofinho como eles dizem.
     Eu me senti vencido. As palavras dele me impactaram de uma forma absurda! Como ele e Tabatta poderiam ter saído de dentro de um monstro como Kelly?
    -Bom, eu queria te adotar antes de te conhecer. – sorri – acho que mereço um crédito!
    -É verdade. – era a primeira vez que ele sorria sinceramente para mim – você tem mais bebês?
   -Sim. Temos um casal de gêmeos.
   -Gêmeos são aqueles que se parecem, não é? Tipo os cachorrinhos e os gatinhos que nascem iguais?
   -Sim... Mas os nossos não são assim. São diferentes um do outro.
   -Legal... – por um momento ele ficou apenas me olhando – o senhor... O senhor acha que a sua... Senhora gostou de mim? – ele parecia meio encabulado ao falar. Com vergonha.
   -Acho não... Tenho certeza que ela gostou! – me lembrei da emoção na voz de (S/n) há uns minutos. – e você, gostou dela?
   -Gostei. – chacoalhou a cabeça – ela é muito bonita, e parece ser uma mamãe de verdade. Gostei de você também, senhor... Você me achou educado.
    -É... E então, vai dar uma chance para nós, ou não foi tanto assim com a nossa cara?
    -Eu fui com a cara de vocês. – e sorri. Logo depois (S/n) voltou com Tabatta e a senhorita Vivian.
E tudo deu certo.

   Ficou tudo acertado, e dali a uma semana o Miguel poderia estar com nós em casa...
  Naquela noite o médico de (S/n) ligou, e eu tive certeza que não era a primeira vez que ela falava com ele naquela semana.
   -Ele me disse que vamos ter que induzir o parto amanhã. – a expressão de medo em seu rosto me deixava com medo.
   -Amanhã? Mas... É tão em cima da hora!
   -É, mais o bebê não nasce Zayn. Já passei dos nove meses completos há uma semana... Ele disse que pode ser perigoso se demorar muito. Nem com contrações eu estou! Tem que ser o mais rápido possível... – ela me puxou pra me abraçar. – vai dar tudo certo, você vai ver!
     -Isso não me agrada... Tem que se tomar na veia o remédio pra dilatação, estourar a bolsa por conta. Isso é muito... Estranho. Vai doer muito em você!
    -Eu já aguentei um parto de gêmeos. Você duvida de mim? – seus olhos me buscaram.
    -Os gêmeos vieram naturalmente. Tudo aconteceu como tem que acontecer! Nada foi induzido.
    -Zayn olha pra mim! – ela me largou e apontou pro próprio corpo – eu estou quase rolando no chão de tão redonda. Eu não aguento mais! Quero meu corpo de volta!
   -Você está ótima!
    -Você só está falando pra me agradar... – mais uma vez voltou para os meus braços me deixando abraçá-la. – eu sei que já está na hora, e não vou contráriar ao meu médico. – ficamos em silêncio por um momento – você vai estar lá comigo?
     Desviou o olhar para meu rosto, abraçada ao meu corpo.
    -O que está pensando, (S/n)? É claro que vou... – beijei sua testa. – não ligue, só estou um pouquinho apavorado.
   -Só um pouquinho? – Ela riu de mim – Ok, eu prometo que vou ficar bem! Vai ser como um parto qualquer... Agora dorme, tenho que estar internada amanhã às cinco e meia. Já deixei todas as coisas prontas...
    -Ai meu Deus, faltam apenas sete horas. – o meu corpo tremeu – porque não me avisou mais cedo?
    -Eu sabia que você ia surtar. Resolvi tornar o menos doloroso possível pra você... Já que você tá pirando e é do meio das minhas pernas que vai sair o bebê!
   -É por isso mesmo que eu estou pirando. – mirei apenas o teto, buscando algo na mente pra me acalmar. – queria poder fazer isso pra você. Eu não gosto que sinta dor.
   -Own, maridinho, não fica assim... – senti sua boca beijando algumas partes do meu pescoço. Eu estava rígido de precipitação. – eu sou mulher... Fui feita para isso.
   -Mas é injusto que na hora de fazer seja muito bom, e na hora de colocar pra fora seja tão doloroso! É mais injusto ainda que apenas as mulheres tenham que ter esse trabalho.
   -Os homens adoram isso... Não ter esse “poder” de parir os bebês. – eu sentia sua ironia – você é o único que se lamenta.
   -Se eles amassem suas esposas o tanto que amo você, com certeza se sentiriam como eu me sinto agora. – a olhei e ela me abraçou com muita força.
   -Vai ficar tudo bem... Só vamos aumentar a nossa família... Criar os novos laços.
    Ficamos assim, abraçado, por muito tempo... Muito tempo.



     (Continua...)

Story of My Life #Capitulo 39 "O Seu perdão"



              #Pov Zayn#

O corredor a nossa frente era esquisito e estreito.

    -Papai... – sua mão apertou muito fortemente a minha – eu estou com medo!
   -Não querida, não precisa ficar assim. Nada vai acontecer... – continuamos caminhando pela penitenciária sendo guiados pelos guardas.
    Aos poucos, chegamos a uma sala azul, desprovida de decoração, apenas com uma pequena mesa e uma cadeira embutidas a parede. Havia um vidro. Atrás desse vidro se via a continuação da mesa e outra cadeira.
Servia como uma divisória. Feita exclusivamente para as detentas mais perigosas do presídio. Tabatta se sentou na cadeira, e ficou batucando com os dedos na mesa.
    -Ela vai estar do outro lado, papai? – questionou baixinho, olhando em volta.
    -Sim... Por isso que eu disse pra ficar calma! – eu estava em pé ao lado de Tabatta quando Kelly entrou escoltada por muitos policiais, e ainda algemada.
Sua aparência era lamentável.
Não era mais bonita como quando a conheci. Estava toda cortada, os cabelos raspados como de homem... Em seu rosto, uma expressão de dor enorme... Assim como os olhos que refletiam o mau de todas as formas possíveis.
Ela olhou para mim primeiro, cheia de ódio, mas com algo a mais. Seria... Lamentação?
    Quando se sentou, toda sua atenção se voltou para Tabatta, que balançava os pés sem conseguir encostá-los no chão. Mantinha o corpo reto, com os cabelos longos deslizando pelos ombros, indo parar na cintura, e a franja escondendo um pouco seu rosto.
(S/n) tinha a arrumado lindamente hoje. Para deixar bem claro a Kelly que o lugar daquela menina sempre foi ao nosso lado.
    -Como está bonita. – comentou com um sorriso de lado. Tabatta parecia meio acanhada, com medo. – mudou muito, Tab. Está uma mocinha... Cada vez mais parecida com aquela mulher. O jeito de se vestir... De usar o cabelo... Ela te fez como ela. - Soltei um muxoxo seguido por um suspiro chateado. – é um prazer revê-lo, Zayn.
Seu sorriso foi cínico.
    -Não há prazer nenhum pra mim te ver. – eu estava impaciente.
    -Oi. – ela queria quebrar o clima de revolta – como você está? – eu quase berrei para Tabatta parar. Aquele ser não merecia tanta gentileza.
    -Acho que já estive pior. – sorriu de canto – mas não importa... Logo isso tudo vai acabar.
    -Porque você está dizendo isso? – questionou meio tremula.
    -Eu queria te ver... – confessou – pra saber que você está bem.
    -Você nunca se preocupou comigo. Sempre me usou para tirar dinheiro do meu pai... – estreitou o olhar – para quê vai se preocupar agora?
    -EU SEMPRE ME PREOCUPEI COM VOCÊ! – falou alto – APESAR DE EU TER FEITO TUDO QUE FIZ, EU SÓ TE DEIXAVA SOZINHA PORQUE PRECISAVA TRABALHAR! NÃO ERA UM TRABALHO DIGNO, MAS ERA TUDO QUE EU TINHA. EU TE BATIA, PRA TE EDUCAR! EU NÃO QUERIA QUE FOSSE COMO EU... QUE PRECISASSE USAR SUA BELEZA PARA TER AS COISAS... SERÁ QUE NÃO ENTENDE TABATTA? 
     -Eu não te entendo! – falou choramingando – você me poupou de conhecer o meu pai... Você fez muito mal pra (S/n)! E ela só estava querendo me ajudar... Você é um monstro, Kelly.
    -Por mais que ela seja boa... ELA NÃO É SUA MÃE! Só faz tudo pra você por causa do seu papai que ela tanto ama... Uma interesseira, isso o que ela é. Ela não é a sua verdadeira mãe! Ela não sentiu você dentro dela... Ela não ficou nove meses com você dentro do corpo pra se acostumar... Ela não te fez! O sangue dela não corre em você... E você sabe muito bem que não! Ou por acaso você acha que se ela for ter que escolher entre você e os rementinhos dela ela vai escolher você? – seu tom de ironia foi absurdo – você nasceu de mim! Ninguém vai te amar mais do que eu.
    -É melhor você calar a boca! – falei entre dentes, quando Tabatta começou a chorar. – é melhor irmos embora, filha...
    -Eu ainda não terminei Zayn. – seus olhos me buscaram com um terror horripilante. – você sabe do que estou falando, não sabe Tab? – ela olhou para Tabatta, enquanto eu suspirava nervoso, indo de um lado pro outro.
   O braço que faltava de Kelly lhe dava um ar terrível.
    -N-não. – gaguejou – A... A (S/n) é muito boa comigo. Ela me ama! E EU TAMBÉM AMO A (S/N)! Nada... Nada do que você me disse vai fazer eu mudar de idéia... Se você for falar mal dela, eu vou embora! – ela ia ficando de pé, e eu pareci ouvir o “ALELUIA” sair do teto.
     -Espera! – disse entre dentes – senta! Agora... – Tabatta me olhou, mas voltou a se sentar. – eu te pedi pra vir, porque queria que me perdoasse...
     -Eu te perdoar? – a voz dela era cheia de desdém – você tem que pedir perdão pra (S/n), não pra mim...
    -Não me arrependo de nada que fiz contra ela! – eu sorri debochado de canto, e revirei o olhar, ainda andando atrás de Tabatta de um lado pro outro, só de ouvido na conversa – eu quero mais é que ela morra, junto com o desgraçado do seu pai e daqueles remelentos que ela tem!
    -Você já está indo longe demais! – me virei nervosamente na direção do vidro que nos separava.
    -Não te chamei aqui... – praguejou – veio por que quis. Se não quiser ouvir, saia e me deixe sozinha com a minha filha!
    -Nunca... – voltei a ficar como estava.
     -Ninguém no mundo me importa Tab. – por mais ridículo que possa ter sido, senti algo que chegava perto de sentimento na voz dela – só você. Eu errei com você... Errei com tudo, mais eu te amo. Eu fiz coisas feias, e fico feliz pela nojenta da (S/n) ter ficado no seu lugar. Sei que não é desculpa mais eu estava cega de ódio e era o único jeito de acertar o seu pai... Causando mal a você... Você não deve estar entendendo o que eu estou falando, mas o idiota do seu pai está! E um dia ele vai te contar a verdade, e você vai saber do que se trata... – eu comecei a rir alto – o que eu quero mesmo, é que você me perdoe... E saiba que eu te amo muito, e só agora enxergo que você é tudo o que eu tenho.
     -Eu... – ela não estava olhando para Kelly. Estava com os olhos nas mãos, e depois olhou para mim com os olhos cobertos de lágrimas. – eu perdôo Kelly. – as lágrimas desciam por seu rosto, e eu parei pra olhar, intrigado – pelo que fez comigo, eu te perdôo. – ergueu o olhar mais seguro – você é minha m... Quer dizer, você me colocou no mundo. – deu de ombros – tem o meu perdão. Mas quanto ao que fez com a (S/n)... Eu não vou perdoar NUNCA! Ela não merecia... E não merece. Não vou perdoar por ter mandado o John machucá-la daquele jeito, nem pelo que fez com a minha irmãzinha e muito menos por ter feito ela cair da escada e ter deixado o meu irmão que vai nascer cego! Isso eu nunca vou perdoar.
    -Eu entendo. – comentou – mas apenas por me perdoar com você eu já fico feliz! É apenas de ter machucado você que eu me arrependo.
    -Como você pode ser tão desprezível? – coloquei a mão no ombro de Tabatta – vamos filha... De tchau pra essa mulher.
    -Tchau, Kelly. – ficou de pé, e Kelly fez o mesmo. – qualquer dia eu volto.
    -Não vai haver outro dia. – deu de ombros – Adeus, filha... – ela se grudou ao vidro, querendo chegar o mais perto de Tabatta possível. – Adeus, desejo que seja muito feliz, e que realize todos os seus sonhos. Que seja uma boa mulher, tenha um bom marido e lindos bebês. – sorriu – eu sei que vai ser! Eu amo você. Não se esqueça nunca que foi a única que amei de verdade... E há... Se puder, um dia vá atrás do Miguel. Ele está num orfanato chamado “Santa Monica” aqui na cidade mesmo. Ele vai... Gostar de ver você. – Tabatta assentiu – eu te amo. – e se foi, levada algemada.
    Chegando ao carro, Tabatta parecia abatida.
   -O que foi? Não vai ficar mal por causa daquele monstro, vai? – eu a beijei na testa, e tirei o cabelo de seu rosto para vê-la melhor.
   -Não... O senhor ficou bravo comigo, papai? – questionou com os olhos cheio de lágrimas – por ter perdoado ela?
   -Não amor, eu não posso fazer isso. Ela é sua... Ela te colocou no mundo, sabe? Você fez o certo.
   -Assim me sinto melhor...
   -Não se preocupe com isso... Ela já disse que acabou. – liguei o carro – quem é Miguel?
   -O filho que ela teve há seis anos – deu de ombros – o meu outro irmão.
   -Você quer vê-lo? – questionei, achando uma boa idéia.
   -Sério mesmo?
   -É claro... Vou falar com a (S/n), e o quanto antes nós vamos.
   -Own, obrigado papai, você é mesmo demais!

     #Pov (S/n)#

   -E como foi? –Zayn não estava muito a vontade enquanto deitado ao meu lado na cama, me acariciando. – ela falou muita asneira? Eu nem falei com a Tab, ela entrou tão tristonha.
   Estávamos de frente um pro outro, mas ele não me olhava. Estava com os olhos em sua mão que deslizava na imensidão da minha barriga.
   -Ela é maluca! Falou que ama a Tabatta e tal... E depois disse que não se arrependi de ter feito o que fez com você... – ele franziu a testa – pediu perdão pra Tabatta, e falou como se fosse uma despedida. Achei estranho!
   -E o que a Tabatta falou? – cheguei mais perto dele, e toquei seu rosto.
   -Falou que a perdoava pelo que fez com ela... Mas não pelo que fez com você nem com os irmãos. – ele me olhou, e eu sorri de lado. – ela é orgulhosa essa menina...
   -Fico feliz. – abri um sorriso – ela é um amor, mas deveria ter dito que perdoa. A víbora vai ficar 72 anos na cadeia... Deixa ela ser feliz um pouco! – comecei a rir alto, e Zayn me beijou.
   -Como você é má... – e voltou a acariciar a barriga – (S/n), o que acha de termos mais um filho?
   -Ué, Zayn... Eu mal tirei um de dentro de mim e você já quer colocar outro? – eu estava surpresa com aquele comentário – já temos quase quatro e vamos ter um trabalho extra com o novo... Quem sabe daqui uns três anos. Eu não sou parideira... – eu ri, e ele negou também sorrindo.
   -Não, o que eu to falando já vai vir pronto! – arregalei os olhos – já tem seis anos, e é um menino. O que você acha?
   -Há não! – pulei no lugar, fazendo ele me olhar nos olhos – você teve outro filho com outra piranha? Zayn, você vai me largar?
   -(S/n), você tá doida? – ele ria muito de mim – eu não tive filho, mais a piranha teve. Um menino que se chama Miguel, a Tabatta me disse que já te falou dele... E eu não vou te largar nunca, pirada!
   -Há... Ufa... Ela já falou sim! – fiquei confusa – você quer adotá-lo?
   -Há... Aonde comem seis comem sete, não é? Você não acha que podemos ter mais um menino? – os olhos dele eram tão pidões. – você sabe... Eu queria um companheiro pra jogar bola. O Thomas não gosta de futebol e o James não vai poder muito, imagino... – ele afagou gentilmente e barriga – A Tabatta e a Madu são meninas e... Eu queria um menino pra ficar do meu lado nisso e em outras coisas, como cuidar das duas meninas que serão muito lindas quando cresceram! Eu vou ter que sempre estar de olho na mamãe, vai ser difícil dividir...
   -Tem certeza que estamos prontos pra isso? Bom, por mim tudo bem... Eu acho que vai ser ótimo. Sempre quis ter muitos filhos... Mas as crianças... Vai ser difícil com tantos!
   -Você sabe que eu te ajudo! A Tabatta já é uma moça, e pode ajudar com os menores. – ele uniu as mãos – por favor, (S/n)! Por favor!
Pensei por um minuto. Imaginei-me sentada numa mesa dali a vinte anos com seus cinco filhos ao meu redor... Tirei o menino mais velho sentado ao lado direito de Zayn, e senti como se algo faltasse.
    -Tudo bem... – sorri para ele, que me beijou.
   -Eu sabia que você não ia me decepcionar... Eu te amo!


    (Continua...)

Story of My Life #Capitulo 38 "Acabou?"



                 #Pov (S/n)#

    -Mas isso é certo? – parecia um tipo de timbre estranho dentro da minha cabeça. A voz de Zayn vinha de longe... Mas ele parecia estar perto.

    -Sim, é certo. Haverá sequelas, isso é inevitável! – eram vozes que não passavam de sussurros. – ela pode acordar a qualquer momento, o calmante deve cessar efeito a qualquer instante. Fique de olho! Ela fará muitas perguntas, e vai te querer ao lado dela... Só você poderá trazer-lhe essas respostas. Boa sorte.
    Eu buscava forças para voltar a mim.
   De repente, tudo começou a clarear, a minha vista de alguma forma voltou a foco. Por segundos, pensei que tivesse ficado cega.
    -Zayn? – apesar de eu saber que ele estava lá pela sua voz, o chamei – o que houve? – tentei me sentar, porém meu corpo estava preso a cama do hospital por fios e fios, ligados a soro, maquinas e sei lá mais o que.
     -Hey, calma lá... – em seu rosto havia um grande sorriso. Isso sem dúvidas me fez se sentir melhor – meu anjo, como se sente?
    -Estranha! – com a ajuda de suas mãos carinhosas, voltei a me deitar na cama, olhando para seu rosto em busca de algo que pudesse revelar o presente. – Zayn... Há... Há quando tempo estou aqui?
Ele se sentou na beira da cama, e beijou minha testa docemente, me fazendo suspirar.
    -Há dois dias. Você levou um tombo feio.  – sua boca se encostou levemente na minha – não se preocupe com as crianças... – foi como se ele lesse meu pensamento – estão ótimas! Tabatta, Thomas e Madu estão com os meus pais... E nada mais pode atingi-los agora.
    -Ela... Morreu?
Eu não me lembrava nitidamente.
Só lembrava de sangue sobre mim, sangue que vinha de Kelly. Dos degraus que rolei, da dor de cabeça insuportável... Da dor que senti quanto meu ventre latejava pelo soco que tomei. Do sangue que desceu pelas minhas pernas... Do meu...
    -Não ela... – eu o interrompi na hora em que levei às mãos a barriga, e não senti nada novo.
    -Zayn... O bebê... Está vivo? – seu sorriso congelou, e foi se desfazendo em seu rosto. Ele apoiou seus braços um de cada lado da minha cabeça, e ficou de cabeça baixa. – me responde... – eu parecia já sabe a resposta. As lágrimas desciam pelo meu rosto, enquanto eu abrasava meu ventre com minhas palmas.
    -É complicado... – sua voz saia, mais auxiliada pela dor. – muito complicado!
    -Me fala! – supliquei.
    -Cocê acabou de voltar de uma contlussão feia. - suspirou – é melhor falar disso outra hora.
Ele ficou de pé, tirando os braços do lado do meu corpo, mais com o pouco de força que ainda me restava, fechei minha mão em torno de seu pulso.
    -Você nunca me esconde nada... – falei com a voz chorosa, que saia direto do fundo do meu peito – não vai começar agora, vai? Tenho certeza que vai ser melhor se for você a me dar a noticia! Já me acostumei a chorar na sua frente, amor... Você é o único que me entende.-Zayn não me olhou de imediato, mas se virou para mim e voltou a posição que estava antes, encima de mim, com os braços ao lado da minha cabeça, com os olhos fundos nos meus.
    -Ok... – falou depois de uns segundos – a Kelly te deu um soco no baixo ventre, ela acertou em cheio o neném. Exatamente onde ele cresce... – Zayn apanhou uma de minhas mãos delicadamente, e a levou até um ponto na minha barriga mais elevado e rígido. – sente? – sua voz tremeu com o sorriso. Assenti, sorrindo também. – ela depositou muita força em você... – eu me lembrava dessa parte – a área ficou arroxeada. -Zayn abaixou meu edredom, e ergueu minha camisola. Eu estava sem nada por baixo, fiquei praticamente nua. – olhe (S/n)...
Ergui-me aos poucos com a ajuda dele, sem muitas complicações. Para Zayn parecia mais fácil me mostrar do que me dizer com todas as palavras.
     Vi o que ele dizia. Havia mesmo um ponto roxo na minha pele clara da barriga... Exatamente onde ele me fez tocar. Apertei um pouco, e senti uma dor esquisita.
     -Au... – reclamei enquanto ele tirava minha mão de lá, e abaixava minha roupa novamente. Voltou a me cobrir com o edredom. – então não perdi o nosso bebê? – agora ele estava sentado ao meu lado na cama, acariciando meu rosto.
    -Não (S/n)... Ele ainda está dentro de você. – sorriu levemente – mas foi por pouco. Muito pouco! Sofreu uma hemorragia forte, e a queda da escada pra ‘ajudar’, tudo se complicou!
     -O que você está querendo me dizer? – eu vi a dor em seus olhos, apavorei-me!
    -Vamos ter o bebê daqui a seis meses, amor... Como iríamos ter antes. Vai ser tudo normal exceto... – ele se deteve, e olhou bem nos meus olhos – os médicos disseram que virá com alguma sequela.
    -Sequela...? – gaguejei – tipo, sem braço... Perna?
    -Não... Sem visão ou audição.
Eu olhava para Zayn desacreditada. Abaixei meu olha do dele, e mirei minhas mãos.
Cego ou surdo. Cega ou surda.
Meu bebê! Meu filho. Apertei os olhos, e sequei as minhas lágrimas. Por culpa de Kelly.
    -Como eles podem saber? – foi minha única pergunta, cheia de desprezo pelos médicos.
   -Não sei te explicar, amor... – sua mão acariciou minha face delicadamente – se quiser, eu os chamo aqui pra te dizerem... Acho que atingiu alguma parte relacionada... Não tenho certeza!
   -Tudo bem. Eu acredito em você. – enlacei minhas mãos em sua camisa, puxando-o para perto. Respirei em sua pele, e fechei os olhos lembrando apenas de quem ele era... E de que eu nunca estaria sozinha. Nunca.

                   #Pov Zayn#

    -Entendo que esteja com medo. – murmurei enquanto ela respirava contra meu pescoço. – mas peço que reconsidere e pense bem no que vai fazer...
     -Como assim? –(S/n) riu baixinho.
    -Não vou permitir que você o aborte. – falei com a voz dura – entendo que isso possa passar pela sua cabeça... Afinal, eu não sei... Pode pensar que seja melhor ele ou ela não chegar a nascer. Mais não é assim! Eu vou ter que ir contra você uma vez na vida, (S/n)... Não vou deixar você fazer isso. Não vou deixar que no futuro você se lembre com remorso.
     Ela se afastou por um momento de minha pele, apenas para grudar os olhos nos meus de forma intensa.
    -Você acha que eu seria capaz? – eu estava com medo dela gritar, se escandalizar... Mas pela sua reação, parecia apenas calma, com o coração na mão, mas calma. Seus olhos me buscavam com absurda ternura – é de um filho seu que estamos falando! – sorriu de canto – não me importa que venha “sem visão ou sem audição”, - debochou – o que importa é que será meu e seu! Você não me amaria se eu fosse cega ou surda?
     -Eu te amaria mesmo se você não existisse. Você sempre foi à mulher com que sonhei. – falei cheio de segurança. – e você, me amaria se eu fosse cego ou surdo?
    -Amaria... – esticou-se, até me dar outro beijo – assim como amo o seu bebê. Não me importa! Você vai estar comigo. – parecia um pecado falar como ela falava. Cheia de segurança... Com ago diferente estampado no olhar – eu vou estar com você. Nós já fizemos tantas besteiras, já passamos por tantas tristezas... Essa não vai nos destruir! Vai nos tornar mais forte!
    -Só vai precisar de um pouco mais de atenção, estou certo? – ela assentiu, sorrindo - Estou disposto fornecê-la e você, vai está disposta a dar?
     -Já dei muito por você, e para você. – sua risada foi envergonhada – é claro que eu vou. E não podemos esquecer quando comprarmos o enxoval já trazermos junto um aparelho de audição, uma bengala e um cachorro!
    -Não teve graça! – comecei a sorrir, e ela me abraçou.
    -Espera! – me detive – você não me disse o que houve com a Kelly! Se ela não morreu...
    -Ela está muito grave no hospital. – minha voz não parecia de dor... Tão pouco de felicidade. Era pena com... Indecisão. – levou um tiro no ombro, e por complicações na cirurgia, teve de amputar o braço esquerdo, aquele braço que ela usou para te dar um soco no ventre. – sorri debochado – sofreu contlussões cerebrais na queda da escada, ela estava por baixo, levou mais do que você. Está em coma não induzido. Se ela voltar, já tem uma passagem de ida pra prisão. Os policiais ouviram o a conversa de vocês duas lá dentro, enquanto tentávamos arrombar a bendita porta! Está tudo acabado pra ela. Acabado.
    -Então apesar de nós dois termos um bebê ceguinho ou surdinho, os nossos problemas acabaram? Acabou?
   -Sim, amor... – beijei sua testa – apesar do surdinho ou ceguinho... – sorri se canto – para nós, acabou.

                     #Pov (S/n)#

Quatro meses depois.


Tabatta estava impaciente naquela manhã. E eu ficando louca!
Tinham se passado quatro meses do ocorrido... Estava tudo bem. Thomas e Madu corriam de um lado pro outro na beira da piscina, Zayn é claro, estava junto os supervisionando. Eu não me importava muito com os gêmeos quando ele estava em casa, uma vez que Zayn voltava a ter dez anos ao lado dos pequenos...
     Mas o estranho passava longe disso... E eu queria saber o porquê de tanta impaciência vindo de Tabatta.
    -Ta legal pode me contar... O que foi? – me sentei ao lado dela, que molhava os pés na piscina.
    -Eu ainda estou pensando naquilo, (S/n)... – a voz soou baixa – eu não sei o que fazer...
Seu olhar se desviou para minha grande barriga, onde ela deslizou a mão. Não precisei erguer o olhar para saber que Zayn nos olhava. Ajeitei o chapéu imenso na minha cabeça, e pensei em algo pra dizer.
    -O seu pai não deveria ter te dito. – conclui em voz alta. – não deveria!
    -Apesar de ela ser um monstro, ela é minha mãe. – seus olhos se ergueram da minha barriga para meu rosto – espero que entenda (S/n)... Eu amo você. Amo muito você... Você me criou nesses últimos anos. Você é mesmo minha mãe. Você me mostrou como é ser amada, e como é ter uma família... Mas ela me colocou no mundo, sabe? Ela me espancou, fez tudo que fez... Mas... Eu não sei... Tenho pena dela! Ela é louca, tem problemas mentais. Se fosse pra escolher entre ela e você, seria você. – eu assenti.
    -Eu te entendo, querida... – compreendi – eu sei como se sente confusa.
Ela não se sentiria assim com certeza, se eu contasse a ela que a mãe tinha mandado estuprá-la.
    -O que mais me faz ficar assim é a incerteza. Você vai ficar chateada se eu for vê-la?
Por um minuto, eu parei para pensar.
Zayn tinha chegado de manhã falando que Kelly já estava na cadeia, pois tinha voltado do coma há uns dias. Ele teve que ir fazer algumas coisas na delegacia em relação aquela denuncia que fizemos contra ela, e foi convidado a ir vê-la na penitenciária.
      Por pura curiosidade ele foi... E tudo o que ela lhe pediu foi para ver Tabatta. Pelo menos que fosse a ultima vez.
Ele me contou, e me perguntou o que fazer. O que eu ia dizer? Quem era eu pra decidir alguma coisa? A mais atingida de toda essa história? Sim, talvez...
    Mas a decisão caberia a Tabatta... Ela já era grandinha o suficiente para saber o que fazer em relação a isso.
    -Não, eu não vou ficar chateada. – eu a abracei, e ela me retribuiu – eu tenho muita confiança em você, mocinha.
   -Obrigada, (S/n). – ela tinha começado a chorar... Eu não entendi.
   -Porque as lágrimas?
   -(S/n)... E se... Se... – Tabatta gaguejava muito – quando eu crescer... Eu... Ficar louca e má como a Kelly?

(Continua...)

Story of My Life #Capitulo 37 "De mãe para mãe"

 

       #Pov (S/n)#

    -O local do estupro? – a mão de Zayn se fechou em punho encima da mesa. Sempre que falávamos desse assunto, ele ficava assim. – tem certeza?

    -Tenho! – gritei – apartamento... Sangue. Era lá! – me pus de pé, e comecei a andar de um lado pro outro na sala apertada – não vai me ser nada surpreendente se um pouco do sangue for meu. Mais eu tenho certeza que é ela.
    -Ah ok... Agora só falta esses malditos pegarem logo essa viatura! – ele ficou de pé, com o rosto transbordando raiva. No mesmo instante, dois homens chegaram nos chamando para que eu pudesse levá-los até o lugar.
     Acomodei-me na viatura ao lado de Zayn. As ruas escuras começavam ao longe, e o meu coração disparava a cada quilometro percorrido pela viatura. Eu queria pular pra fora dali, arrumar um jeito de virar as costas e correr pra longe.
      Mas pela minha filha, eu tinha que continuar. E por ela, eu faria qualquer coisa.
      A cada esquina, eu via mais que estava correta. Eu tentava esquecer aquele lugar... E quando eu quase conseguira, em um simples relato, me via novamente ali... Naquele pesadelo! Apertei-me contra o ombro de Zayn, sentindo um medo estranho. Um medo que eu não deveria ter...
    -Vira à esquerda... Isso... Agora sobe a rua. Vai até o final... É uma extensa avenida... É o único apartamento entre as casas. – estava próximo, muito próximo!
Eu tremia.
     Não sabia se de medo, excitação por estar meio que perto da minha filha... Ou pela fome que de repente eu senti me abrasar.
Droga, eu deveria ter comido. Coloquei a mão sobre a barriga... Estava mais firme.
    -Você está bem? – Zayn murmurou em meu ouvido.
    -Não. – respondi de imediato – eu... – minha voz começou a tremer...
     -Não precisa ter medo. – sua voz era segura. Ele me puxou em direção ao seu abraço, e me escondeu em seu peito – eu não vou deixar nada te acontecer de novo. Você sabe que não. Ninguém vai te tocar (S/n)... Acho que essa é a única promessa que eu ainda cumpro totalmente.
     -Eu sei... – o carro finalmente parou. Eu me detive quando Zayn puxou minha mão para sairmos do veículo. – eu não quero! – eu já estava chorando. – é um inferno isso... Eu não quero entrar lá. Eu...
    -Não precisa. – sua mão me largou. - Só espere aqui... Nós faremos tudo pra você. – se ergueu na minha direção, e beijou minha testa. – já volto.
      Olhei em volta quando Zayn saiu. Era uma comunidade. Ou favela como se é popularmente conhecida. Eu nunca havia entrando em um. Exceto quando fui obrigada a estar ali.
     Eu ia mesmo deixar o Zayn enfrentar Kelly sozinho? Eu ia mesmo deixá-lo entrar naquele apartamento horripilante sem estar ao seu lado?
Que tipo de esposa e mãe eu era? Uma covarde?
Fiquei de pé, e caminhei em direção a porta. Lutei contra a trava, e pulei pra fora do veiculo. Eu ia ficar com Zayn.
     Sai correndo, quando notei um movimento no apartamento. Achei rapidamente a entrada, e subi correndo pelos degraus imundos e escuros. Abandonados.
     Era como voltar a um pesadelo. Como reviver a sua pior lembrança... O seu maior medo.
   O que eu não me lembrava era exatamente qual dos apartamentos era o dela. Observei... Esperando poder encontrar Zayn. Observei movimento no andar de cima, e ouvi a voz de um dos policiais.
Corri pelas escadas, e finalmente, vi Zayn ali. Seus olhos se arregalaram, e corri em direção a sua mão. O agarrei, e ele me abraçou.
     -Desculpa, fui uma idiota... Eu... – ele apenas assentiu.
    -(S/n) fique quietinha. Você não precisava ter feito isso, amor. Não precisava. – sua voz era embaraçada.
Os policiais haviam arrombado a porta a nossa frente. Caiu aos meus pés, e novamente, pus os olhos dentro daquele quarto. Senti um longo frio na espinha...
     Começaram com a invasão, e Zayn me puxou somente até a porta. Não havia ninguém.
Olhando para aquele lugar... Flashbacks rodaram em minha mente.
“... John: é melhor você calar essa sua boca linda... – a voz dele era repulsiva, horrível. – fica quietinha e vê se aproveita, porque se não quem vai sofrer com isso vai ser a sua Tabattazinha... – ele procurava meu rosto, e eu desviava dele tentando livrar minhas mãos amarradas fortemente.”

    Escondi-me no ombro de Zayn. Eu queria gritar!
“... imobilizou-me com apenas um braço, e começou a deslizar a boca pelo meu corpo. Eu queria vomitar, queria matá-lo. Era como se ele me poluísse e me marcasse de uma forma que eu jamais poderia me limpar ou me curar.
Eu me mexia, se contorcia... Tentando me livrar dele.
Ele me machucava... Machucava muito.”
    -Não tem ninguém aqui. – se virou em direção a Zayn, me arrancando da fantasia. – mais... – o homem andou até um canto da sala. – olhe isto... – apontou para um vestidinho rosa com florzinhas jogado em um canto da sala, sobre o sofá – é da sua filha?
Larguei-me de Zayn, e ultrapassei a sala. Peguei o vestido em minha mão, e o reconheci.
    -Sim, é dela... – as lágrimas vinham até mim.
    -Certo. Temos que sair. Vamos tentar colher alguns indícios. – nos retiramos dali, e sair meio que correndo.
     -Volte pro carro. – murmurou em meu ouvido. – por favor, tá doendo em mim te ver assim.
     -Está doendo muito. – comentei, de cabeça baixa. Era como abrir a minha ferida antiga. Sangrava... Zayn beijou minha boca, e depois meu pescoço.
      Pra mim, tinha chegado ao ponto de ser insuportável! O larguei quando me mandou descer novamente. Assenti, e virei às costas... Desci os dois primeiros degraus, e quando estava para virar, senti alguém me puxando pela cintura.
        Ouvi apenas o som de algo batendo alto e consistente. A porta. Espatifei-me no chão, sentindo meus joelhos e cotovelos latejando pelo contanto com a madeira.
      -(S/N)!!  -Zayn estava do lado de fora da porta. Eu podia ouvir sua voz abafada do lado de fora.
Olhei em volta... O que estava acontecendo? Porque eu estava ali?
     -Você mandou esses malditos atrás de mim, não foi, sua desgraçada? Então é assim?Você pode invadir a minha casa e roubar a minha filha, mais eu não posso fazer isso com a sua? – engasguei-me ao som daquela voz. Era a voz do demônio! Ergui-me do chão, tirando forças de não sei aonde. – há, mais saiba que seu eu vou morrer hoje, você também vai, senhora Malik.
Já de pé, e com o instinto gritando: “CORRE, FOGE!” a encarei. Como ela podia estar ali? O apartamento dela era encima, eu tinha certeza! Claro... Ele deveria ter previsto... E antes de fugir, deveria ter pensado num plano B como mudar pelo menos, de apartamento!
      -Kelly... – murmurei... Ela estava com uma arma apontada para o meu rosto, a cinqüenta centímetros de mim. Os barulhos da porta tentando ser explodida, arrombada, eram ouvidos dentro do quarto. Parecia ser de algum tipo de ferro, lotada de trancas. Uma porta de foragidos.
     -Não vamos perder muito tempo... – seus olhos verdes estavam na porta que balançava mais frágil a cada segundo atrás de mim. – nossa conversa de mãe para mãe será curta. Você ainda está bem? O estupro que causei não foi o suficiente pra você? Mas tenho certeza que te machucou bastante ser manchada por outro homem que não seja seu querido maridinho... Pobrezinha! Mais finalmente, vou me vingar de Zayn como ele merece! Matando a mulherzinha que ele tanto ama e que está grávida novamente, e a filha dele ao mesmo tempo. Não me importa se eu mesma morrer... Ele vai sofrer mais vivo! - Os olhos dela se estreitaram. E os dedos brincaram no gatilho. – vou começar com a menina... Para que você já morra, sofrendo.
     O percurso da arma mudou. Deu a volta na sala, e parou na direção de um carrinho de bebê que até então, eu não notara.
Meu coração começou a disparar. Madu! Ela estava ao lado do carrinho, sentadinha no chão. Seus olhos estavam em mim, apertados... Talvez se perguntando se era mesmo eu.
    -Não, não... – eu comecei a gritar – pelo amor de Deus, não!
Sem pensar duas vezes, corri em direção a ela de olhos apertados. Eu preferia morrer por minha filha tentando, a ficar parada e apenas esperar a bala nos atravessar e a morte nos chegar. Ela pareceu se surpreender com o meu movimento, e quando se virou para apontar a arma para minha cara, e a joguei no chão. A arma voou.
     Senti-me em meio a uma cena muito clichê. Enquanto eu e ela nos estapeávamos no chão, rolando de um lado pro outro, uma arrancando o cabelo da outra, ouvimos o barulho do gatilho da arma sendo acionado.
Olhamos para a porta, que no mesmo instante foi jogada ao chão.
Mas não era dali que vinha o barulho do gatilho.
Na porta, Zayn e os policiais encaravam a cena tão chocados quanto Kelly e eu. Madu estava com a arma em suas pequenas mãos. Observando com muita curiosidade. Seus dedos presos no gatilho, apontada exatamente na direção de seu rosto.
Onde estava o meu ar?
De repente a tensão era palpável. Zayn não respirava, os policiais se alarmaram de uma forma impactante.
    -Não se mecham! – murmurou. Kelly e eu nos imobilizamos. – diga alguma coisa para ela, (S/n)... – sua voz era muito baixa.
    -Maria... – eu não sabia como a voz saia. – oi amor... Olha pra mamãe! – seus olhos castanhos se desviaram para mim. Ela abriu um lindo sorriso, e a arma rolou em seus dedos. Agora, estava acionada e apontada na direção de Kelly.
    -Mamãe! – falou sorrindo. A arma fez um barulho em suas mãos.
    -Está acionada! – murmurou para Zayn. - ela vai ter que disparar.
    -Temos que fazê-la disparar! – sua voz era de horror. – vou pegá-la.
    -Não meche na menina... – falou entre dentes, muito baixo, enquanto Madu olhava para mim e sorria - ela pode disparar na tua direção, idiota!
    -Madu... – murmurei. Que diabos eu podia dizer? Ela não podia largar! Estava acionada! Assim que seus dedinhos soltassem o gatilho, ela dispararia. Ela podia se ferir! – olha para mamãe...
     -Ela tem dois anos, sua burra! – gritou, na intenção de assustá-la – ela não entende!
Madu mirou no mesmo instante Kelly. Seu rosto agora era de tristeza. Ela iria chorar!
    -Não tem jeito! Alguém tem que pegá-la!
Eu iria fazer isso... Arranquei a coragem do fundo do peito, e dei um passo à frente... Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e sua boca já formava um biquinho de choro.
    -Hey! – chamei sua atenção – olha pra mamãe... Não chora, bebê...
Quando arrisquei mais um passo, fui puxada pela cintura e ‘jogada’ para trás. Era Zayn. Ele tinha me ultrapassado, e olhava fixamente para Madu...
    -Genial... – murmurou Kelly ao meu lado.
    -Zayn, não... Zayn! – minha voz era muito baixa. Ele andava na direção em que a arma estava apontada... Madu não tinha a mínima noção do que aquilo significava! A qualquer momento aquela arma estranha poderia disparar e acertar em cheio alguém naquela sala... Zayn... Madu... Os policiais... Eu... Até mesmo a megera.
Bem calmamente, Zayn se baixou a frente de nossa filha calmo... Olhou nos olhos dela, e murmurou...
    -Calminha, Madu... Vamos brincar de estátua, tá bom? – a voz dele era doce, e ela mantinha nos olhos nele – não vale se mexer, se não você perde...
   Se não você perde o seu pai!
    -Tá bom! – falou com a voz mais contente. Manteve-se estática... Paradinha.
Zayn estendeu a mão até a arma, e substituiu seus dedos pelos de Madu. Agora que segurava a arma era ele... Todos suspiramos mais aliviados.
Mais algo aconteceu entre esse meio tempo... Enquanto Zayn pegava a arma de Madu e a atenção estava toda encima dos dois, Kelly aproveitou para se movimentar... Era o momento perfeito para fugir e ela que não era burra nem nada percebeu de imediato. Ninguém estava olhando para ela... Exceto eu.
      Ela não poderia fugir. Não podia continuar fazendo da vida de todos nos um inferno! Ela jamais iria encostar-se aos meus filhos, jamais!
No momento em que ia saindo do quarto eu a puxei. Ela bateu-se contra mim, e me puxou para fora. Pela força exercida pelos nossos corpos, acabamos na beira de escada do corredor.
    -Você não vai escapar, sua idiota! – agarrei suas mãos, porém ela foi mais rápida. Libertou uma delas e me acertou um soco na barriga. Eu senti algo estranho... Meus olhos começaram a lacrimejar... Eu sentia sangue descendo pelas minhas pernas... Ou era impressão?
Mas a dor foi esquecida quando houve um tiro vindo de trás de mim. De repente, meus braços estavam cobertos de sangue...
Kelly tinha sido baleada no ombro a minha frente, e quando perdeu as forças para cair da escada, suas mãos me agarraram e eu... Fui junto.
Não me lembrei de nada, apenas dos degraus e do meu corpo caindo junto com o de Kelly até o ultimo deles, chegando ao andar de baixo, o chão.
     Tudo ia se apagando... Eu estava caindo num abismo profundo... Mais uma vez, o choro de Madu era ouvido ao longe. Eu podia morrer agora, porque de uma coisa eu tinha certeza: Kelly não iria mais incomodá-los!

   (Continua...)